ANÁLISE DE RISCO DE ESCORREGAMENTOS TRANSLACIONAIS EM VITÓRIA, ES – BRASIL

Nome: JULIA FREDERICA EFFGEN
Tipo: Tese de doutorado
Data de publicação: 24/02/2023
Orientador:

Nomeordem decrescente Papel
EBERVAL MARCHIORO Orientador

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
ANDRE LUIZ NASCENTES COELHO Examinador Interno
BIANCA CARVALHO VIEIRA Suplente Externo
CESAR FALCÃO BARELLA Examinador Externo
EBERVAL MARCHIORO Orientador
EDSON SOARES FIALHO Examinador Interno

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Resumo: Movimentos de massa são parte dos processos de evolução das vertentes, presentes, principalmente, nas regiões mais íngremes do planeta. No Brasil, devido ao clima quente e úmido e à topografia acidentada, o Sudeste é o principal palco de desastres relacionados a movimentos de massa, com eventos notáveis associados as encostas da Serra do Mar. Em Vitória, capital do estado do Espírito Santo, o evento de movimento de massa mais famoso foi o do Morro do Macaco, ocorrido em 1985, com diversos mortos, feridos, desalojados e moradias destruídas. A capital tem diversos estudos de suscetibilidade de movimentos de massa, com ênfase no uso de métodos
determinísticos, mas poucos relacionados a risco e vulnerabilidade social. Portanto, esta tese visa analisar o risco imposto à população de Vitória por ocorrências de movimentos de massa. Através da construção de um inventário de ocorrências, com base em laudos geológico-geotécnicos do Projeto MAPENCO produzidos entre 1999 e 2017, a tipologia de escorregamentos translacionais foi identificada como a mais recorrente. Os movimentos de massa, em geral, têm forte influência dos processos antrópicos e das condições do terreno nos processos de instabilização das encostas, com a precipitação sendo o principal fator deflagrador. A suscetibilidade a escorregamentos translacionais foi calculada através do método estatístico Valor Informativo. As áreas de maior recorrência de eventos coincidem com as de maior
suscetibilidade, com destaque para o Maciço Central e colinas costeiras, presentes na porção insular do município, de maior declividade, com unidades geotécnicas de afloramentos rochosos, depósitos de tálus e solos residuais e uso urbano, enquanto as áreas de menor suscetibilidade e recorrência são planas, associadas às unidades geotécnicas de sedimentos fluviomarinhos e praiais. O índice de vulnerabilidade social foi construído a nível de setores censitários, com dados do Censo Demográfico de 2010. As áreas de maior vulnerabilidade social estão, majoritariamente, nas encostas do Maciço Central, nas colinas costeiras e nas proximidades de manguezais, em bairros empobrecidos e carentes, enquanto as áreas menos vulneráveis ficam em
bairros mais estruturados e de renda elevada. As áreas de risco alto e muito alto de escorregamentos translacionais, por sua vez, se concentram no Maciço Central e nas colinas costeiras, com destaque para os bairros mais afetados por esses eventos. A população exposta aos riscos alto e muito alto corresponde a 18% da população total do município, é jovem, com razão de dependência elevada, de baixa renda e, predominantemente, de cores preta e parda. Por outro lado, áreas de risco baixo ou inexistente tem predominância de pessoas brancas, mais velhas, com menor razão de dependência e maior renda. Essas áreas são planas e sem ocorrências registradas.
Palavras-chave: Inventário. Suscetibilidade. Índice de Vulnerabilidade Social (SOVI).

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